CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA
Compaixão, comunidade e humanidade
Se desejamos ter uma convivência mais pacífica com nossos traumas, precisamos entender que a compaixão é um conduto importantíssimo neste processo.
Quando somos compassivos reconhecemos que o outro tem dores tanto quanto temos e, por isso precisamos ter paciência, longanimidade e exercer o perdão.
O conceito de comunidade está intimamente acoplado ao de compaixão. Quando entendemos que não tem como viver sozinhos e, portanto, a ideia de comunidade se torna imperativa na vida, vigiamos nossos atos e, buscamos construir um lugar melhor para mim e para meu outrem. Mesmo que esta convivência não seja tão fácil de exercê-la como teoricamente delineamos.
Humanidade não pode ficar de fora, pois se relaciona com a maneira que vou lidar com meus circunstantes que também vivem demandas desafiadoras no dia a dia.
O trauma pode ser um problema grave em nossa vida, mas não é invencível. Portanto, estar em consonância com estes três aliados, muito podemos fazer para minimizar este mal.
A compaixão, com seus recursos, pode ser um ajudador benigno e curador. Segundo Paul Conti (2022, p. 168) “ao exprimir compaixão por nós e pelos outros e ao permitir que a compaixão alheia se enraíze em nós, podemos nos salvar da devastação do trauma e mudar nossa vida para melhor”.
E como sempre, diante de tantos ditos, algumas perguntas nos saltam ao olhos: Quais são os ambientes em que posso exercer a compaixão para comigo e para com meu próximo? Me isolar quando a tristeza me sobrevêm é um caminho seguro para conseguir lidar com o trauma? As respostas que emergem das perguntas anteriores podem se coadunar com a noção que tenho de comunidade e humanidade? Como posso fazer para que diariamente eu consiga promover compaixão, comunidade e humanidade?
Lembre-se: temos que trabalhar duro no afã de não darmos passe livre ao trauma. Ele não merece.
Um fortíssimo abraço para você!
Instagram: baunilha45 e s48m7
Referência:
CONTI, Paul. Trauma: a epidemia invisível. Trad. Beatriz Medina. Rio de Janeiro: Sextante, 2022.
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