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As eleições presidenciais ainda estão em aberto, sem muitas garantias de que a polarização entre Lula e Bolsonaro vai se encerrar no próximo domingo. Para os investidores brasileiros, esse cenário de incerteza é negativo, visto que não há sinais muito claros de como será o caminho da economia brasileira nos próximos meses, quiçá nos próximos anos.
Para complicar, os dois candidatos do PT e do PL vêm apostando suas fichas em ataques mútuos, direcionando os holofotes para outras diferenças, que não têm a ver com a política econômica adotada por cada um na Presidência da República. “O mercado é movido por clareza nas projeções econômicas. Nesse sentido, quanto mais incerto é o cenário, maior tende a ser volatilidade e mais o investidor prefere se retrair”, explica Gabriele Couto, economista e assessora de investimentos da Atrio Investimentos.
Por isso, ela lamenta que as eleições deste ano não tenham servido para aprofundar os debates em torno da política econômica do próximo governo. “O que vemos é uma disputa truculenta entre lados antagônicos, que se preocupam mais em atacar e contra-atacar. Isso compromete o tempo que poderia ser usado para definir estratégias para o futuro da economia. Esse debate ficou exaurido”, avalia.
Sem essas informações, de acordo com a economista da Atrio, não há uma resposta positiva para o mercado, tampouco para os investidores, que deverão ter uma postura mais reservada mesmo após as eleições. “O investidor não consegue visualizar para onde a economia vai caminhar e perde a confiança, mesmo com boas oportunidades. Vamos continuar comprometidos com a política fiscal? Haverá reformas para incentivar a industrialização e geração de empregos? Haverá política abertura da economia para aumentar a eficiência? Vamos seguir com a reforma tributária? questiona Gabriele.
“As respostas a essas indagações permitiriam clarear o cenário econômico, mas isso vai ficar mais para frente, talvez até para depois de o resultado já decidido”, afirma a economista. “Seja como for, investidores, consumidores, trabalhadores e empresários aguardam respostas”, aponta a profissional.
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