segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Frigorífico mineiro mira mercado global e projeta faturamento de R$ 200 milhões até 2026

 

Divulgação

Prestes a iniciar suas operações no primeiro semestre de 2025, o frigorífico O Cortês, com sede em Raul Soares, na Zona da Mata mineira, já traça planos ambiciosos para se tornar um player relevante no mercado internacional. A empresa, que faz parte do Grupo ARO, tem como meta exportar carne suína para os mercados da União Europeia e Estados Unidos já em 2026, mirando um faturamento de R$ 200 milhões no segundo ano de operação.

 

Do interior de Minas ao mercado global

 

Com um investimento de R$ 25 milhões, dos quais R$ 17 milhões já foram captados por meio de uma linha de financiamento voltada à inovação do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e investidores privados, O Cortês surge com uma proposta inovadora no setor. Rodrigo Torres, sócio-proprietário do Grupo ARO, explica que o foco inicial será o mercado interno, mas a estratégia de expansão já está desenhada. “Em 2025, vamos focar no Brasil, mas nossa visão é global. Em 2026, queremos estar na Europa e nos Estados Unidos, mercados que valorizam qualidade, sustentabilidade e certificações rigorosas”, afirma.

 

A empresa aposta na carne suína da raça Duroc, conhecida pelo excelente marmoreio, maciez e sabor diferenciados, características que a posicionam no segmento premium, semelhante ao que a carne Angus representa no setor bovino.

 

Estratégia inteligente para conquistar mercados exigentes

 

Ciente das exigências dos mercados internacionais, O Cortês está se preparando para atender às rigorosas regulamentações europeias e norte-americanas, que restringem a importação de carne suína in natura. A solução? Apostar em produtos processados e temperados, que têm ampla aceitação nesses mercados. “A cultura de consumo de alimentos enlatados é forte lá fora, e estamos prontos para oferecer um portfólio de produtos industrializados que atendam aos padrões de qualidade que esses consumidores exigem”, explica Andrea Zerbeto, sócia e cofundadora do frigorífico.

 

Além dos produtos enlatados, a empresa vai oferecer cortes premium como Prime Rib e T-Bone de porções menores, de até 250g, voltados ao consumidor moderno, que valoriza conveniência e redução de desperdícios.

 

Crescimento acelerado com foco em parcerias estratégicas

 

A visão do frigorífico é clara: crescer rápido e de forma sustentável. Nos primeiros cinco anos, O Cortês pretende conquistar 0,5% do mercado brasileiro de carne suína. Para viabilizar essa expansão, a empresa já estuda parcerias estratégicas e terceirizações com outras companhias que possuem experiência em exportação. “Estamos construindo uma base sólida para expandirmos de forma orgânica e inteligente, agregando valor à nossa produção e ampliando nossa capacidade à medida que a demanda aumentar”, destaca Rodrigo Torres.

 

O plano de crescimento do frigorífico é agressivo. A cada ano, a empresa pretende dobrar sua capacidade de produção, enquanto estima uma margem Ebitda de 33%, o que garante o retorno do investimento em menos de três anos. "Implementar um turno noturno até o final de 2025 é essencial para ampliarmos nossa produção e cumprirmos o cronograma de exportações", afirma Torres.

 

Sustentabilidade no DNA

 

Mais do que buscar crescimento, O Cortês tem o compromisso de se posicionar como uma empresa sustentável. “Queremos atender à crescente demanda por consumo consciente, oferecendo um produto premium que não apenas tenha qualidade superior, mas que também esteja alinhado com as preocupações ambientais e sociais. No Brasil, esses nichos ainda são separados, mas no exterior eles já andam lado a lado, e estamos prontos para esse movimento", explica Andrea Zerbeto.

 

Para atingir esse objetivo, a produção dos cortes Duroc será acompanhada pelo plantio de aproximadamente cento e cinquenta mil árvores. Essas árvores terão a responsabilidade de sequestrar o carbono gerado em todas as fases do processo, desde o cultivo dos grãos até a distribuição da carne. “Nossa meta é criar um saldo de carbono positivo, que contribua significativamente para o combate ao aquecimento global”, afirma Rodrigo.

 

Com uma proposta de valor que combina excelência operacional, sustentabilidade e produtos de alta qualidade, O Cortês está preparado para competir nos mercados mais exigentes do mundo, ao mesmo tempo em que consolida sua presença no Brasil. O futuro do setor de carne suína premium já começou, e ele passa por Minas Gerais.

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