domingo, 13 de novembro de 2022

O Eu como centro de tudo

            



SAÚDE TOTAL

CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA

O Eu como centro de tudo

Poderíamos dizer que estamos vivendo em um momento em que nós somos o centro de tudo. O que significa isso? Significa que tudo o que se faz, se pensa, se constrói e se cria no planeta tem como base o homem. Será que tal assertiva é real?

Todos os anos alguém é escolhido para ser a personalidade do ano. Com o boom das redes sociais, em 2006, nós fomos escolhidos como as personalidades do ano pela Revista Times.

Como assim? Isso mesmo que você leu. Você e eu fomos escolhidos as personalidades do ano. E tal escolha nos diz muita coisa, não é? E aí emerge a seguinte pergunta: Qual o objetivo desta escolha?

Estando em um mundo predominantemente capitalista o que primeiro nos vem à mente é a transformação do humano em mercadorias. Sendo assim, nos vendemos, muitas vezes, por um preço muito barato; e o pior, acreditando que estamos fazendo um grande negócio.

A maioria de nós não percebemos que estamos servindo como engrenagem para manter uma máquina social que é injusta e cruel, maquiavélica e incansável. Tão perversa que, nos seduz, nos leva a acreditar em suas propostas e ainda nos incita a agir como se estivéssemos sendo leais e reais conosco mesmos.

E adentramos em um espiral que é difícil de se vencer, de sair e, nos tornamos angustiados, tristes e sem forças por não conseguir entender e nem a manter o que nos é proposto como vida.

Evidentemente que são muitas situações, mas o conceito que as regem é um só e, uma vez, capturado, nos move a agir conforme sua demanda. E vamos nos tornando joguetes, marionetes, seres sem personalidade, robôs simplesmente.

Ficamos distraídos e não conseguimos antever a dimensão do prejuízo que temos agora e teremos no futuro, porque o tempo e a vida não param.

Para sentir o ar do momento precisamos ser questionadores. Perguntar para nós mesmos sobre tudo o que ouvimos, vemos, sentimos e fazemos. Se não fizermos assim, seremos presas fáceis. Precisamos estar no mundo, mas sermos mais do que ele propõe para nós. E só conseguiremos conceituar desta maneira e agirmos mediante esse conceito se nos constantemente detivermos no exercício de reflexão.

Na próxima semana conversaremos mais um pouco sobre este assunto.

Um fortíssimo abraço para você. Até a próxima!

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