O Grupo Pandora de Teatro ( @grupopandoradeteatro ) está comemorando 20 anos em 2024. E como parte desta celebração, no mês de agosto o grupo apresenta “COMUM” e “Relicário de Concreto” na Ocupação Artística Canhona, em Perus. Os dois espetáculos teatrais possuem uma forte relação com a história do bairro, localizado na Zona Noroeste da cidade de São Paulo.
Grupo Pandora de Teatro - COMUM - Foto de Mandy Barboza |
Nos dias 16 e 17 de agosto (sexta-feira e sábado), às 19h, com entrada gratuita, o Grupo Pandora de Teatro realiza novas apresentações da temporada de reestreia do espetáculo “COMUM”. Momento escolhido pelo grupo, em razão dos 60 anos do golpe militar, completados em 2024. Um verdadeiro marco contra o esquecimento do início do período em que forças conservadoras, elites empresariais e Forças Armadas deram um golpe de Estado que levou o Brasil a uma ditadura de 21 anos.
O espetáculo tem como eixo norteador o período ditatorial brasileiro e a descoberta (em 1990) de uma grande vala clandestina localizada no Cemitério Dom Bosco, no bairro Perus, Zona Noroeste de São Paulo, onde foram encontradas mais de mil ossadas de corpos humanos, posteriormente identificadas como pertencentes a diversos desaparecidos políticos e cidadãos mortos pela violência da ditadura militar.
A descoberta desta vala clandestina, a maior do país até o momento, foi apresentada ao mundo como um dos muitos crimes cometidos pelo regime surgido com o golpe de estado de 1964 e marcou profundamente a história do bairro de Perus, trazendo a crueldade da ditadura militar à tona e desencadeando um processo de busca pela verdade sem precedentes no país.
E no dia 18 de agosto (domingo), às 19h, com entrada gratuita, o grupo apresenta “Relicário de Concreto”. O espetáculo é inspirado nas memórias dos trabalhadores da Fábrica de Cimento Portland Perus, que foi inaugurada em 1926, sendo a primeira fábrica de cimento do Brasil a atingir uma produção em larga escala, além de ter sido a maior fornecedora de cimento para todo o país na primeira metade do século XX, contribuindo diretamente com a verticalização da cidade de São Paulo.
A fábrica se tornou um símbolo de movimentos de resistência, por abrigar a maior greve operária já registrada, a “Greve dos Queixadas” (1962-1969), que durou 7 anos. No enredo, um jovem poeta sai em busca de emprego. Ao entrar em um prédio abandonado, ele depara-se com diversas memórias do espaço, apresentadas pelas lanternas de um vigia. A peça cruza o passado e o presente, exibindo críticas à insalubridade do trabalho industrial e à imprensa sensacionalista, retratando as escolhas difíceis enfrentadas pelos operários durante a greve, um marco na história do bairro de Perus.
As ações são do projeto "Pandora 20 Anos – Firmeza Permanente" contemplado na 41° Edição do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura.
Informações: www.grupopandoradeteatro.com.br, www.facebook.com/grupopandora.deteatro e
www.instagram.com/grupopandoradeteatro
Serviço: Mostra de Repertório “20 anos do Grupo Pandora de Teatro”
Espetáculo “COMUM”
Com Sinopse: Inspirado na descoberta da vala clandestina do Cemitério Dom Bosco no bairro de Perus em 1990. Um jovem em busca de informações sobre o desaparecimento de seus pais, dois coveiros envolvidos com a criação da vala e uma estudante que se aproxima do ativismo político. 1970/1990 épocas distintas se entrelaçam e evidenciam causas e consequências.
Duração: 100 minutos
Grátis - Classificação indicativa: 12 anos
Quando: 16 e 17 de agosto de 2024 (sexta-feira e sábado) - Horário: 19h
Onde: Ocupação Artística Canhoba - Cine Teatro Pandora - Endereço: Rua Canhoba, 299 - Vila Fanton, Perus, Zona Noroeste de São Paulo - SP
Espetáculo "Relicário de Concreto”
Sinopse: Espetáculo inspirado nas memórias dos trabalhadores da Fábrica de Cimento Portland Perus e na Greve dos Queixadas. Jovem procura emprego em uma fábrica de cimento, vê-se enredado por uma atmosfera de sonho e memória, onde cenas de um passado não muito distante irão misturar-se às suas angústias e preocupações modernas. Passado e presente apresentam-se em uma única trajetória lírica, poética na qual a dualidade Queixada/Pelego é extrapolada em cenas e fragmentos de uma complexa rede de relações. Classificação indicativa: 10 anos. Duração: 70 minutos.
Quando: 18 de agosto de 2024 (domingo) - Horário: 19h
Onde: Ocupação Artística Canhoba - Cine Teatro Pandora - Endereço: Rua Canhoba, 299 - Vila Fanton, Perus, Zona Noroeste de São Paulo - SP
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