CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA
Brincadeiras para pensar
O brincar não é apenas uma propriedade
infantil. Por incrível que pareça, os adultos também brincam e gostam de
atividades lúdicas. Ainda bem, pois é na brincadeira que liberamos muito
material emocional, ou melhor dizendo, liberamos nossos sentimentos.
Participando de um encontro de
casais que organizei, percebi o quanto foi divertido o dia em que fizemos um
tanto de brincadeiras para os casais disputarem entre si: corridas, torta na
cara, dinâmica com balões etc. Foi um momento único, recheado de muita
gargalhadas.
Tem uma brincadeira que gosto
muito de realizar no consultório com meus analisandos jovens e adolescentes e
na escola com meus alunos. Ela já existe há muito tempo, mas a Adriana Munhoz a
materializou em um livro caixinha, publicado pela Editora Matrix. São perguntas
cujas respostas não podem ter os seguintes vocábulos: É, Não e Porque.
Além de ser muito divertido,
torna-se também reflexivo. Divertido porque se você não lembrar da regra e
dizer as três palavras, fica chateado de não ter pensado mais e, reflexivo
porque te induz a pensar melhor antes de responder.
Quando termina a brincadeira vejo
o saldo geral: quantos acertos e quantos erros; mas os incito a uma reflexão
ainda mais interessante. Logo pergunto: o que você pode apreender de uma
atividade lúdica como esta? Geralmente as respostas são relacionadas com a
dificuldade de não falar os vocábulos proibidos, e/ou ter que pensar melhor
para construir respostas interessantes, que não fujam do tema e que tenham
coerência.
Quando os provoco um pouco mais, eles
respondem que, trazendo para a vida, devemos ser mais cautelosos quando formos
falar ou mesmo responder as pessoas. As respostas rápidas, urgentes,
impulsivas, podem trazer dor e angústia dependendo do estado emocional em que a
pessoa se encontra. Neste ínterim, a brincadeira se torna um mote de
pensamento, em que ao mesmo tempo eu me divirto e pondero.
Você consegue lembrar de outras
brincadeiras que podem ter estas duas utilidades? O que acha de inseri-las nos
encontros familiares? Ou até mesmo no exercício analítico com seus analisandos
no consultório? Fica aí a dica.
Um
fortíssimo abraço para você!
Instagram: baunilha45 e s48m7
Excelente texto, prezado Edu, parabéns!!! Ele nos leva a pensar que as brincadeiras podem e devem ser utilizadas pelos adultos também, com fins didáticos e reflexivos!!
ResponderExcluirAdorei a matéria
ResponderExcluirVou procurar o livro para fazer com os Desbravadores.
Obrigado!!!
Brincar é realmente libertador e útil para a vida. Ótima matéria
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