domingo, 15 de janeiro de 2023

Implementação de intenções

              



SAÚDE TOTAL

CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA

Implementação de intenções

Todos temos objetivos. Quando se inicia um ano então, parece que o desejo de cultivá-los fica ainda maior. Pensamos em muitos sonhos que temos para realizar, criamos expectativas e fazemos alvos para alcançar esses objetivos.

Mas você já reparou que quando o tempo vai passando, vamos entrando na rotina, percebemos que os dias não têm nada de especial e todos ou quase todos os objetivos que construímos perdem o poder de motivação?

O professor Peter Gollwitzer, da Universidade de Nova Iorque, descobriu e desenvolveu uma técnica que tem ajudado muitas pessoas na concatenação de seus objetivos. Além disso, por trabalhar com o inconsciente, a descoberta do psicólogo Gollwitzer, ajuda a assumir comportamentos que estão dentro de nossos anseios. A técnica se chama implementação de intenções. E como ela funciona?

Primeiramente devemos identificar o lugar e o momento exato no futuro em que vamos adotar tal comportamento. Não podemos esquecer que criar hábitos está ligado à criação de rotinas. E na implementação de intenções não é diferente.

Todavia é interessante lembrar que situações que vivemos no dia a dia podem desencadear automaticamente reações comportamentais. Por exemplo: quem não viu em um vídeo na internet um trecho da história da bailarina com Alzheimer que ao ouvir as músicas que tocava para suas apresentações, começa a fazer movimentos de balé, tais quais os que realizava antes da doença? E por que isso acontece? Porque está gravado em seu inconsciente e quando pre-ativados, esses movimentos, sem esforço algum, vêm à tona.

Assim, quando usamos a técnica da implementação de intenções, o controle do nosso comportamento passa de uma parte do cérebro para uma outra região. “Quando se tem o objetivo e o desejo de fazer alguma coisa, uma região associada a ações de autoiniciação, parte do que é chamado de área de Broadmann, torna-se mais ativa” (BARGH, 2020, p. 313).

E isso acontece na prática?

Como conversamos inicialmente, todos temos diversos objetivos. A questão é trabalharmos com nosso inconsciente para que eles sejam alcançados. Por exemplo: no meio da tarde você tem a intenção de ir à padaria comprar um bolo para o café da manhã do outro dia. E repete tal frase para você mesmo. E fica com isso em mente para realizar assim que sair do trabalho. Quando percebe já chegou em casa e onde está o bolo?

Na técnica da implementação de intenções você constrói a frase de maneira diferente: “Quando terminar de trabalhar, vou me levantar da cadeira, pegar meus pertences e ir direto à padaria para comprar pães para o desjejum de amanhã”. Este tipo de pensar ou de expressar ativa partes do cérebro não alcançadas pelo primeiro exemplo. Então as chances de alcançar seus objetivos serão muito mais efetivas.

Vamos constatar se dá certo a pesquisa muito apreciada por muitos pesquisadores americanos e desenvolvida por Peter Gollwitzer? E aí, que tal tentar?

Um fortíssimo abraço para você. Até a próxima!


Referência:

BARGH, John. O cérebro intuitivoTrad. Paulo Geiger. Rio de Janeiro: Objetiva, 2020.

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